1º Ano Classe C

*Pensa um pouco e responde:* - Parece que é uma tal de Stein Matsuri, ou Matsuri Stein, uma aluna do 1º Ano, mas eu nunca a vi. - *Suspira* - Ah, Gina-san, legal mesmo devia ser no tempo do Aono Tsukune e da Akashiya Moka, bons velhos tempos! - *Vê que a amiga não entende de quem ele fala, e explica:* - É que eu pesquisei a fundo a história do Clube de Jornalismo, e fiquei sabendo dos caras que, dez anos atrás, fizeram a fama do clube: Otonashi Sun, Morioka Ginei, Aono Tsukune, Kurono Kurumu, Shirayuki Mizore, Sendo Yukari... e acima de todos, Akashiya Moka. Gina-san, não faz ideia de como eu queria tê-los conhecido! Minha favorita é a Akashiya Moka, ela era uma vampira... Uma vampira com dupla personalidade, uma doce e meiga, a outra, uma guerreira feroz e indomável. - *Faz uma pausa, baixa os olhos para o rosário no pescoço de Gina, como que imaginando a melhor maneira de continuar, e afinal, chega mais perto e cochicha, baixinho, no ouvido dela:* - Ela usava um rosário muito parecido com o seu, pra selar a personalidade vampiresca, que ela chamava de "Ura-Moka", ou "Ura-chan"... a Moka "de dentro".

*Ele se cala, esperando para ver se ela entende a referência ao rosário como sendo uma indicação (ainda que um tanto indireta) de que já sabe, ou, pelo menos, deduziu, que a identidade verdadeira dela é a de uma vampira - a "outra Gina" com os cabelos brancos cheios de mechas negras etc, que ele viu no plano astral - , com o poder selado por um rosário místico, tal qual a lendária Akashiya Moka.*

*Chega bem perto dela e olha ao redor, antes de responder, e fala bem baixinho, de modo que ninguém na classe possa ouvi-los (estão afastados dos demais ocupantes da sala):*

- A bem da verdade, já vinha desconfiando desde que soube da história da Akashiya Moka, a lendária "princesa guerreira" dos vampiros japoneses, e do rosário místico que ela usava pra selar seus poderes e sua personalidade violenta e cruel, de cabelos branco-prata. Foi quando passei a reparar que você, Gina-san, também tinha um rosário, mas achei que fosse só coincidência; afinal, eu nem sabia qual a sua religião, se você seguia alguma, então, de repente, você podia ser cristã, uma católica fervorosa, por exemplo! - *Risada em voz baixa, e volta a ficar sério.* - Mas aí eu vi a sua forma astral, com os cabelos brancos de mehas negras, olhos brancos... E comecei a fazer associações, deduções... - *Outra risada abafada, e sussurra:* - É isso que dá, ter sangue de gato, somos curiosos por natureza! Mas sabe o que mais? Fico muito contente por você, minha amiga, ser uma kyuuketsuki... uma vampira.

*Em seguida, se entusiasma e começa a contar mais do que descobriu sobre a princesa vampira Akashiya Moka e seus colegas e amigos, que fizeram parte do Clube de Jornalismo.*

- Sabe, ela não era uma vampira comum, era o que se chamava antigamente de shinso, ou "supervampira", que nem a mãe, Lady Akasha, com o sangue "turbinado" do mais poderoso e destrutivo de todos, o temido Alucard, que já tentou destruir o mundo com sua superforça e poder das trevas! Quer dizer, ela, Moka, era mais poderosa do que uma vampira normal, e, se ficasse furiosa ou fosse provocada, o estrago poderia ser MUUIITO pior!Daí, o que acho mesmo é que o rosário dela funcionava como um "filtro" espiritual que, ao filtrar o poder shinso do sangue dela, acabou dividindo a sua personalidade, criando DUAS Mokas, uma gentil, sem poderes, mas com todas as fraquezas de um vampiro, e a outra, violenta e fria, com todos os poderes do sangue shinso selado. Porque, de acordo com o que eu li, a Moka criança, de cabelo branco e tudo, antes de ser selada, foi uma menina muito meiga, gentil e educada, descontando-se, é claro, uma certa arrogância inata, que, dizem, todo vampiro tem... sem ofensa, Gina-san... Ou seja, não lembrava em nada a "Ura-Moka" fria e cruel que todo mundo temia e que só sabia dar porrada... Essa, então, era só uma fração da personalidade dividida dela, e não a Moka original, que devia ser uma fusão de ambas: essa e a outra, a "Omote", a Moka "exterior" boazinha, que era amiga de todos. Entende? A Moka verdadeira, não-dividida em 2 pelo poder do rosário, NÃO devia ser uma pessoa ruim!

*Lembra-se de um detalhe que leu acerca de uma meio-irmã de Akashiya Moka e que, tal qual ela, tinha sido estudante da Academia Youkai e membro do Clube de Jornalismo:*

- Pois é! Essa meio-irmã caçula se chamava Shuzen Kokoa, ela também era uma vampira, mas, ao contrário da irmã mais velha, não tinha a personalidade nem os poderes selados por um rosário. Ela era 100% vampira sem disfarce, orgulhosa, arrogante, mas, se formos dar crédito ao que tá registrado, essa Kokoa não tinha nem 1/4 da superforça da Moka vampira selada, nem os cabelos prateados dela. Por isso compensava com um pet, um morcego youkai transmorfo que virava uma variedade incrível de armas. Então, acho que só os vampiros com o tal de "poder shinso" que vem do sangue do Alucard é que precisam ser selados por algum talismã místico, tipo o rosário da Moka-san, por causa da extrema periculosidade desse sangue. Já os outros vampiros comuns não precisam, que nem a Shuzen Kokoa, ou a vampira do meu colégio no mundo humano, podendo conviver normalmente com qualquer um.

*Pára e pensa, por um instante:*

[Será que a Gina-san é uma shinso que nem a Moka-san? Será que por isso ela foi selada?]

*Faz uma pausa, e, como se pensasse em voz alta, prossegue:*

- Ah, o Tsukune-kun! Pra um humano, deve ter sido um cara pra lá de formidável! Afinal, ele mereceu o amor e a amizade não só de uma supervampira como a Akashiya Moka, mas também das outras garotas youkais do Clube de Jornalismo, como a súcubo Kurono Kurumu, a yuki onna Shirayuki Mizore, a bruxinha Sendo Yukari, a bruxa-youkai-corvo Toujyou Ruby, cada uma mais apaixonada que a outra! O povo chamava elas de "o harém do Tsukune-kun", e aonde ele ia, lá iam elas junto, que nem leoas montando guarda em volta do leão! Dá pra acreditar? - *Não se contém e ri, imaginando a cena: a súcubo peituda, a vampira, a bruxinha pré-adolescente empunhando sua varinha mágica, a outra bruxa, sadomasoquista, a garota das neves com o pirulito gelado na boca... Depois, mais sério, continua:*

- De qualquer maneira, foi com ele e graças a ele que elas aprenderam a ser amigas, umas das outras, apesar das diferenças de raça e espécie. Tsukune-kun foi uma espécie de líder, eu acho, ou como que a "cola" que unia todos os membros do clube. Até veteranos como o lobisomem Morioka Ginei e a syren Otonashi Sun ficaram amigos dele, e, sendo humano, e depois se tornando meio-humano e meio-youkai, Tsukune-kun fez com que eles todos virassem amigos da humanidade também. Se formos dar crédito ao que tá registrado, então aquela turma do Clube de Jornalismo, Tsukune, Moka, Kokoa, Kurumu, lutaram pra valer pra preservar o mundo dos humanos uma meia dúzia de vezes, contra os piores bandidos youkais e monstros daquela época... mas a humanidade, é claro, nunca ficou sabendo o quanto lhes devia a própria existência!

*Pega o caderno e a caneta, e prontamente começa a copiar a matéria que o professor coloca no quadro.*