Sala de Feitiços

Relembrando a primeira mensagem :

-Grande sala cheia de caldeirões e materiais diversos para a produção de poções.
-Possui armários para se guardar os materiais.
-Sede do Clube de Poções.

*~ Então, a sala de feitiços. Desde que entrou na escola, nunca tinha visitado a sala de um de seus clubes. Mas era bom conhecer. Bem organizado, um cheirinho de limpeza e magia no ar. Era melhor não bagunçar muito, mas apenas tentar usar seu conhecimento para criar alguma coisa útil. Pegou alguns ingredientes e reagentes, coisas que lembrassem seu passado. Conforme ia preparando ao fogo, misturando e checando ingredientes e a mistura, ia se lembrando da igreja... De seu pai, seus tios e irmãos, que não lhe davam muita liberdade. Quando era pequeno, aquilo era horrível, mas agora tudo fazia sentido. E pensar que os caçadores tiveram boas pistas de Hans quando acabou brigando com seu pai por liberdade. Isso o fazia sentir um nó na garganta, uma dor no peito. Observou a mistura e suspirou. ~*

- A culpa foi minha...

*~ Não se lembrava mais disso. Tentar lembrar as coisas era bom às vezes. Principalmente na noite do último dia do ano. O ano estava terminando, as coisas deveriam mudar. Hans se sentia diferente. Os últimos dias do ano haviam sido cruciais para a mudança em sua forma de agir. E essa lembrança principalmente. ~*

" Eu matei eles. Quem garante que não vou matar outras pessoas, que não vou deixar outros em perigo? Hm... "

*~ Eram coisas horríveis de se pensar, mas agora, Hans pelo menos tinha um objetivo em mente: Proteger as pessoas ao seu redor, conhecendo-as ou não. Perder alguém que você ama é horrível, e pior, perder sabendo que a culpa foi sua. Apesar de seu lado caótico e terrível, aquele baphomet tinha um lado emocional, mesmo isso não combinando com sua raça. Nunca tinha derramado uma lágrima, e por mais que seus olhos fizessem força, não seria agora que acabaria por chorar. Apenas sorriu, abaixando a cabeça enquanto desligava o fogo. ~*

- Obrigado, pai.

*~ Então olhou para a janela, observando as árvores que balançavam conforme os últimos sopros do vento gelado de inverno. Não tão gelado agora, uma vez que a estação estava para trocar. Mas ainda sim, era como se o vento lhe dissesse alguma coisa. Como se seu pai fosse o vento e quisesse lhe passar algum tipo de mensagem. ~*

Siga em frente, meu filho. Não abaixe a cabeça. Seja forte. Não deixe que sua raça e seus instintos digam quem você é. Eu sei que você é forte e será uma boa pessoa. Continue sendo o bom garoto que no fundo sempre foi, Hans.

*~ Abriu mais o sorriso, passando a mão direita pelos olhos. Lágrimas? Talvez. Agora mais lembranças de seu pai vinham, momentos felizes, brigas, risadas, gritos... Tantas coisas boas e ruins que na época era fúteis mas que agora faziam toda falta. Pouco a pouco, Hans foi arrumando as coisas dali. Guardando ingredientees, reagentes, depositando o líquido roxo escuro em um vidro, tudo lentamente. Não tinha pressa, e aquele lugar era bem agradável. Principalmente agora, que pouco a pouco suas lembranças iam surgindo como luzes que sinalizavam o chegar de novos tempos no meio de um pequeno túnel escuro. ~*